Na contramão de todos os cientistas que preveem grande dificuldade nos próximos dias – observem que já são muitas atualmente -, o prefeito Joaquim Neto decide se antecipar em descumprir o próximo decreto do governador. Aos invés de atender ao apelo de Rui Costa, dos cientistas, dos profissionais da saúde, ou seja, de todos que lutam no enfrentamento da tragédia que se abate sobre o pais, atende ao apelo das forças empresariais do município, sempre preocupadas, única e exclusivamente com o faturamento de suas empresas. A falácia do desemprego só engana a desavisados. Alega o prefeito que está levando em consideração a estabilidade no número de casos da Covid-19 em Alagoinhas ao decidir pela abertura do comércio, caso o governo do estado prorrogue o decreto que institui o lockdown parcial.
Qual estabilidade, prefeito? Todos os dias o boletim informa novos infectados, o número de casos ativos sobe significativamente, os que precisam ser internados são transferidos para a responsabilidade do governo do estado e quanto aos óbitos há uma discrepância entre os números anunciados pela SESAU e os registrados no sistema da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia – SESAB. Já pedi a informação oficialmente para publicar. E é preciso lembrar que não estão fazendo testagem em massa, estratégia tão bem usada antes da eleição, mas agora esquecida. Se fizessem, veríamos a quantidade real de infectados, os assintomáticos que continuam propagando o vírus.
Temos inúmeros problemas graves no município, notadamente o funcionamento absurdamente precário da Secretaria de Saúde e o sistema de transporte coletivo colapsado. O comercio fechado evita o fluxo de pessoas das cidades circunvizinhas e diminui o impacto no transporte, a ideia de reabri-lo é absurda.
A vacinação segue lenta em decorrência da irresponsabilidade do governo federal, mais uma dor de cabeça para governadores e prefeitos sérios que sabem ser essa a única forma de controlar a pandemia. Em Alagoinhas, foi informada a existência de 11.300 pessoas acima de 75 anos, no entanto pouco mais de 2.000 foram vacinadas até agora.
Talvez seja o caso do governador deixar nas mãos das forças empresariais o atendimento aos pacientes que precisarem de UTI.
Nadia Freire
Editora do site e jornal Sua Cidade em Revista
O “povo” decidiu assim, pois os dias de “lockdown” foram de farras, com muitas aglomerações, ou seja, para esses, não existe COVID-19, e sim Férias. Em Alagoinhas, muitas foram as aglomerações. Será que são um bando de criancinhas? Há necessidade de ficar impondo tudo? Não enxergam o caos pandêmico? Enfim, o alagoinhense, em quase sua maioria, gosta de pão e circo, e nada mais.